domingo, 12 de dezembro de 2010

Sãos e então salvos

   E a mulher que comprou o Sol? Usucapião? [    ...    ] Às vezes o mundo me faz parecer tão normal.  Di-ver-si-da-de: é o que nos leva à cultura. A-li-e-na-ção: o que nos leva à loucura. É fácil integrar-se à multidão: vista uma calça amarela e cubra um dos olhos com uma franja lambida (nada contra, é claro). Difícil é criar seu próprio estilo! Sim, as modas fazem parte da nossa cultura, são importantes, desde que contribuam para a variedade cultural e não para um estilo único (a menina do Planeta 13 pode falar melhor sobre isso do que eu). As tendências são interessantes a partir do momento em que seus seguidores tiram delas influências para a criação de faces próprias - não queremos clones! Não precisamos de outros Michael Jacksons, Lady Gagas, Pedro Lanzas. Precisamos de indivíduos [Indivíduo (do latim individuu) – 1. A pessoa humana com suas particularidades físicas e psíquicas que a tornam única.]. Somos únicos; ou deveríamos ser. Voltando à loucura, ela pode ser dosada e convertida. Sim, a loucura. É possível que a mesma interfira em nosso caráter, a fim de nos tornar diferentes sem prejudicar nossa sanidade mental. Falei anteriormente de uma loucura ligada à alienação. Pois bem, essa deve ser evitada, pois tira de nós a capacidade de controlar nossas ações e, portanto, a capacidade de gerar diversidade. Ou ainda que, mesmo conscientes, nos faz agir de forma insensata, sem uma razão, apenas por um momento de atenção global ou... ah, vai entender. Comprar o Sol? Onde está a razão nisso? Somos quem somos pelo que pensamos e fazemos. Somos os réus no Supremo Tribunal da Vida e nossas ações, as advogadas. Cabe a nós definir se atuarão em  nossa defesa ou acusação. Às vezes acho que sou louco. Quando paro pra pensar, porém, vejo que só estou tentando usar da loucura - em suas pequenas doses - para me sentir diferente. Acho que no final isso é normal. E aí me sinto de novo um fracasso na produção de uma pariticularidade mais espessa e detalhada, que me permita diferenciar, com fiéis argumentos, todo o mundo de mim. Talvez eu esteja errado e a ampla diversidade de estilos possa não ser a melhor escolha. Talvez as semelhanças sejam a porta para o progresso social. Uma coisa, contudo, é certa: devemos estar sãos, independente das diferenças ou conformidades, para produzirmos e preservarmos nossa cultura. Só assim, então, estaremos prontos para assumir nossos papéis de seres pensantes. Certo, vale acrescentar uma pitada de delírio de vez em quando - de vez em quando. Nossas idéias são o que realmente movem o mundo. Imaginem, daqui a uns anos, termos que pagar impostos pelo calor do Sol ou pelo ar que respiramos! Pensando bem, usar calças amarelas não é tão ruim assim.

3 comentários:

  1. É, voce não é o unico que se cnsidera louco , kk
    Adorei este, e os outros, todos! Vc escreve muito bem, Biel. Saudades suas! Bj

    ResponderExcluir
  2. Pois é Gabriel, a cada 7 entre 10 pessoas seguem estas modinhas que a mídia tanto cultua (nada contra quem as segue), mas a pessoa que adota essas modinhas no dia-a-dia, acaba perdendo a sua própria identidade, deixar de ser como ela é.
    Quase ninguém fala isso na mídia, mas como gostam de varrer a sujeira debaixo do tapete né, acaba ficando por isso mesmo.


    Abraços, saudações vascaínas e parabéns pelo seu blog.

    ResponderExcluir
  3. Então como sempre você escrevendo de forma tão diferente que tenho que ler pausadamente para entender uma coisa tão simples.. Hahahaha Mas eu entendi. E concordo ;p
    Parabéns pelo texto.
    (to feliz de entrar aqui e ter algo novo pra ler)
    Beijiinhos!

    ResponderExcluir