quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Desconstruindo

  Tudo tem seu oposto. Assim como o dia se opõe à noite e o claro opõe-se ao escuro, os fatos têm seus desfatos. As cores têm seu inverso, os números também os têm. Para todo som existe um silêncio tão intenso quanto. A toda ação associa-se uma reação. O teto é oposto ao chão. Até o 'todo', em si, existe em conformação com um 'nada' determinado. O que me atrai são as diferenças. Gosto do preto e gosto do branco e gosto de quando os dois se combinam. Gosto do céu, gosto da terra, gosto do mar. O mais lindo, porém, é aquilo que os três constroem juntos: é o conjunto. Me apaixono por garotas tão opostas a mim quanto o leste é do oeste ou o Amapá é do sul. Meu coração bate por caroços de abacate que nascem em cajus. É assim que se mantém o equilíbrio, afinal. Pois digo e repito: tudo tem seu parecido. Tal como um de nossos pés se parece com o outro ou como a porta do quarto se parece com a da sala, também um japonês se assemelha a um coreano. Dois políticos se parecem assim como os dólares que possuem. Como o sossego, há a paz. As semelhanças é que me atraem. Gosto do meu nome e de todos os quais a ele se comparam. Gosto de aproximar pro 0 o 0,1. Me apaixono por garotas com tanto em comum - tanto quanto as torres tinham enquanto eram gêmeas, ou quanto o primeiro 1 se parece com o segundo em um placar de empate. Meu coração bate por caroços de abacate que nascem em abacates. Eu gosto mesmo é de gostar das coisas. Diferenças e semelhanças se completam, aliás. São distantes e ao mesmo tempo próximas demais. Acho que eu gosto mesmo é de confundir. Mas o que seria da certeza, da clareza, do com-pre-en-sí-vel, se não fosse a confusão? Trata-se do equilíbrio, e de como ele trata de equilibrar-se pela corda bamba da humanidade. A dúvida é o anzol pro conhecimento. Será mesmo que tudo tem um oposto? Ou ainda que existe um semelhante a toda coisa? É interessante desconstruir uma idéia, mas a ação só se torna inteira se nos preocuparmos em construí-la novamente.  

O importante é ser comum na tentativa de ser diferente.

4 comentários:

  1. Nossa! Não tinha parado pra pensar que a diferença é tão próxima da semelhança assim! Oo
    Pra mim elas nem se falavam... HAHA Eu aprendendo por aqui ta vendo?
    Muito bom! Não existe bom sem o ruim e nem o feliz sem o triste... é a vida! ;p

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  2. Pois éé.. tem coisas que a gente só percebe quando para pra escrever (ou para ler). E sim, é a vida, é como ela é :) Bom, obrigado mais uma vez, Rany-HP!

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  3. HA' Valeeu, Avelyn! KK' Apareça sempre por aqui :)

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