quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Processo, processo meu

   Eu queria aquilo pra mim. Queria viver o que eles viviam. Eu queria muito sentir e experimentar exatamente como eles sentiam e experimentavam aqueles momentos. Eu desejava os processos deles. O que eu não entendia é que desejar os processos de alguém significa querer ser como esse alguém, ter vivido a mesma história e partilhar das mesmas necessidades desse alguém. Mas esse alguém não era eu. Os processos desse alguém não me serviriam. Eu tinha os meus próprios processos, guardados no meu interior, quase esquecidos. Bastava olhar para dentro. [ ... ] Agora eu compreendo. Na verdade, estou compreendendo. Acho que criei um processo para entender meus processos, e parece estar dando certo. Almejar qualquer coisa que pertença ao outro e fechar os ouvidos para a voz que te orienta a buscar os seus é, acreditem, perda de tempo. Meus processos são importantes e, o que é melhor, são apenas meus. Hoje eu venho buscando vivê-los com muita esperança de que esse é o melhor caminho - para mim, só. Por mais incrível que a vida de alguém pareça ser, eu nunca serei feliz enquanto quiser viver do mesmo jeito. Meus processos são definidos por quem eu sou. Os seus, por quem você é. Compreendendo isso, tudo se torna mais... Natural (e esse é o primeiro passo pro que chamamos 'felicidade'). Ser feliz é viver bem na plenitude da sua natureza, da sua essência. Finalmente eu entendo muito melhor tudo isso. Viver aquilo que eu sou, aquilo que eu fui criado para ser: isso sim não tem preço.

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