sábado, 6 de abril de 2013

Meu amigo L.A.

   Olá, Deus! Estou entrando em contato para tratar de um assunto que diz respeito a um produto adquirido por mim através da Sua empresa. Gostaria de informá-Lo que estou devolvendo-o. O produto em questão apresentou grande dificuldade de manuseio, visto que não veio com ele qualquer manual que pudesse servir-me de auxílio. Por todos esses anos o usei de maneira inadequada e tenho percebido as implicações que isto me traz. Assim, sinta-se à vontade para tomar posse dele o quanto antes. Uh, como é? Não aceita devoluções? Eu entendo que foi um presente, ou como queira chamar, mas não posso continuar a utilizá-lo desta maneira. Percebe o quanto posso prejudicar a mim mesmo e aos outros? Deus, eu peço: tome-o de volta! Este não é o tipo de produto que eu possa simplesmente não utilizar, guardar na gaveta ou depositá-lo na lixeira como se tudo passasse a estar resolvido. Eu e ele estamos costurados um ao outro. Ele está comigo em cada passo, toma comigo cada decisão e, meu Senhor, isso tudo é problemático demais! Como disse, não está ao meu alcance fazer bom uso dele. O Senhor insiste que sim, não é? Sei que fabricou-o para mim e que, embora todos tenham recebido da mesma forma, nunca ninguém poderá decidir sobre o meu, senão eu mesmo. Não cederá ao meu apelo desta vez, certo? Sendo assim, faço-te outro pedido: ensina-me a fazer deste produto objeto de evangelização, cumprindo o objetivo selado nele. Na falta de manuais, que eu possa receber diretamente de Ti instruções para o melhor uso possível deste presente dado e confiado a mim. Esforçar-me-ei para compreendê-lo. Certo, Deus, eu agradeço. Volto atrás na minha decisão de devolver o que, admito, é um dos maiores sinais do imenso amor que tem por mim. Perdão por esquecer-me disto. Tentarei ao máximo manter uma convivência agradável com este produto.. presente.. este meu amigo, o livre arbítrio. Retornarei informando sobre o processo. Não descosture-o de mim ainda, Deus.. por favor.

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