terça-feira, 2 de abril de 2013

Pique Bóia

"(...) 48, 49, 50. Prontos ou não, aí vou eu!" Ainda não era tarde, mas já não era cedo também. Ele tirou os braços da parede e... "1, 2, 3, pique bóia Rafael!" Atrás do contador valia? Tecnicamente, não havia regra alguma que invalidasse o ato. "É pique-esconde. Não se esconder não vale!", disse o primeiro. "Mas eu estava escondido, bem atrás de você!", exclamou o segundo. A questão é: Quem tinha razão? O primeiro? O segundo? A parede? Eu ou você?
'Ponto de vista' é uma expressão que realmente faz sentido. A razão às vezes depende - ou parece depender? Acontece que há tantas versões para uma situação quanto há loucos na Literatura. Todos nós temos o direito de 'achar' isso ou aquilo ou qualquer coisa que possa ser indicada por um pronome demonstrativo. O primeiro achou que era trapaça prostar-se atrás de quem contava; o segundo achou aceitável e legalmente executável aquilo que fez; eu acho... Enfim, pouco importaSei que nada sei. Mas além de nada, sei também que enquanto houver pessoas e, consequentemente, formas diferentes de pensar, os pontos de vista continuarão chocando-se, as opiniões lutando entre si e a concórdia vagando à procura de um lugar para ficar. Isto porque o ser humano é tão apaixonado pela razão que se faz mais preocupado em garantir que a tem do que em realmente refletir sobre o que diz a oposição. Assumir que está errado é coisa da qual ele foge - da qual fugimos. É  humilhante demais, vergonhoso demais. O orgulho parece ser mais lucrativo, muito mais. Se é? Eu acho que não. Você pode duvidar, se quiser; pode achar o que quiser. Mas esse é meu ponto de vista, do tipo que eu defendo com bons argumentos. 
E se vierem me perseguir por causa disso.. 1, 2, 3, pique bóia Gabriel!

Nenhum comentário:

Postar um comentário